Quando a Thatcher morreu...

A Teresa chega-me a casa afogueada. Está excitada. Acha que isto vai ser uma luta épica, que vai ganhar, obviamente. Mostra-me um gráfico sobre a Thatcher. Sobre o índice de Gini, ou lá o que é essa treta (isto foram palavras de provocação, sabem que eu não sou assim; sei bem o que é isto, mas pronto). Como aumentou imenso durante os anos da Thatcher, e não sei quê e não sei que mais. Que a bruxa morre tarde, que já lá devia estar. Pergunto-lhe: os que estão no fundo da tabela estavam piores ou melhores no fim do mandato da senhora? Ela indigna-se. Chama-me nomes. Pergunto-lhe: então mas e essa falta de respeito por quem foi a primeira mulher primeiro-ministro do Reino Unido? Ela diz que a Thatcher não conta. Eu digo-lhe para ir bardamerda. Ela começa aos gritos. Digo-lhe que os ingleses têm mais democracia no dedo mindinho do que nós no corpo todo. Ela continua aos gritos. A coisa acaba sempre assim. É divertido.


O Mar em Casablanca

Ando obcecado pelo FJV. A sério. Isto duma pessoa se atirar de cabeça e ter coragem de ser secretário de Estado intriga-me. Depois, escreve bem. E escreve livros onde aparecem caixas de fósforos, talões de embarque, o cheiro dos vulcões, os muros abandonados de Dar El Beida, os bares de uma cidade na Catalunha, as ilhas de Donegal, e muito mais. Tudo no capítulo 41. O Mar em Casablanca.


Dúvidas liberais

Parece que aprendi que neoliberalismo é um insulto. Paciência. Não sou neoliberal. Nem sei se sou liberal. Não gosto de cartilhas. Mas acho que a democracia parlamentar e o mercado livre são bons para os direitos das pessoas e para a sua dignidade. Acho que o problema da sociedade é, às vezes, o Estado, e não as pessoas que agem livremente. Outras vezes, são essas pessoas — e o Estado é preciso. É complicado. Será tão difícil assumir que é bom ter dúvidas? Já houve alguma ditadura com dúvidas? Just asking...

2012

Pronto, a verdade é que tinha parado de postar porque achava que o mundo ia acabar. Não acabou, o Livre e Catalão continua. Este é o primeiro post de 2012... Mais vale tarde que em 2013.

Feira do Livro

O nacional-merdismo é magnífico. No sábado à tarde fui à feira do livro. Estava a abarrotar. Não me conseguia mexer. Mas ainda há quem ache que estava pouca gente. Enquanto não enfiarem os dez milhões de portugueses no recinto, dirão sempre que os portugueses não lêem.

Quando os EUA dizem "para cima", todos dizemos "para baixo"

Poucas horas depois de se saber que o "louco da montanha" morreu (e, afinal, vivia numa mansão), já começam a circular as teorias de conspiração. Pelos vistos, bin Laden não morreu. Os E.U.A. pregaram-nos esta mentira por razões óbvias. Tão óbvias que ninguém as percebe.

Afinal, qual é a vantagem para os E.U.A. em fingir que mataram uma pessoa que pode reaparecer a qualquer momento (se não morreu)? E se têm vantagens, então porque não usaram essa carta mais cedo? Ou será que, afinal, Obama é mais maquiavélico do que Bush?

Os teóricos da conspiração acham sempre que o mundo é diferente daquilo que é. Diana morreu? Claro que não! Os ataques do 11 de Setembro foram realizado pela Al-Qaeda? Antes pelos judeus... Bin Laden morto? Se foram os E.U.A. a dizer, é óbvio que é mentira.

Este tipo de pensamento simplista pega numa ou outra ideia forte ("os E.U.A. são maus") e partir daí dobra o mundo à sua passagem.

Não nos podemos esquecer, no entanto, que morreu o responsável moral por ataques em Nova Iorque, Londres, Madrid, Bali, etc. Todos dizemos que não se pode celebrar a morte de alguém, mas estamos a falar de alguém ao nível de Hitler.

Catalunha

Eu cá não me importo que a Catalunha continue uma região autónoma de Espanha. Mas ninguém me apanha a viver lá até que seja um país livre.

Uma forma de melhorar as coisas

Reclamamos, fazemos greve, mas o que é preciso é mais empresas, menos impostos, mais vontade de trabalhar, menos fúria, mais ponderação. Quanto ao Estado, enfim, se fosse mais pequeno seria melhor, mas pelo menos que se concentrar em fazer bem o que tem para fazer.

Dúvidas, dúvidas

Obviamente, o que tenho mais são dúvidas. As dúvidas raramente matam, só desesperam. As certezas matam muita gente.

O desemprego...

Eduardo Pitta parece pensar que, se as pessoas cumprissem a lei, o desemprego não tinha chegado onde chegou. Ora bem, expliquemos isto: esta percentagem apareceu porque empresas faliram, fecharam, desapareceram. Não porque os patrões embirraram com mais de 10% da população. Mas, claro, quando se é patrão (da empregada doméstica), já se sabe o que a casa gasta e os argumentos mudam (e nem é preciso mudar de post!).

25 de Abril


Para quê comemorar o que é básico em qualquer sociedade, quando o que realmente importa passa ao nosso lado na rua, nestes dias de Primavera?

Sim, gosto de me sentir com as hormonas a disparar nesta estação.

Catalunha

A Catalunha é o meu país e orgulho-me dele, uma das razões sendo o facto de nos termos aproveitado descaradamente da falta de independência para enriquecermos.

Monarquia

A monarquia é interessante porque nos permite ter a fantasia de estar acima de tudo o resto e deixar os nossos instintos estéticos percorrerem o seu caminho. Apenas isso.
Não é um sistema especialmente justo, mas por acaso deu origem a sociedades mais justas que as restantes. Mas, sem ironia, confesso que foi por acaso.

Movimento



É no movimento de esperar que está o encanto. Esperar pelo peso e pela concretização, que está no fim do jogo. Da sedução.


Estarei a ser demasiado abstracto?

A Bronquidão dos Pais

O que realmente atrasa a educação deste país não são os professores nem os alunos, mas a ausência de cultura em casa: o constante arrazoado contra a "teoria", contra "eles", contra os "livros", o defender do ideal do trabalho infantil, etc., etc., etc.

De resto, estamos cada vez melhor. Essa influência nefasta vai dissipando-se ao longo das gerações. Mas não deixa de ser muito portuguesinha.

Este blogue parece ficar pela superfície

mas anda a borbulhar por baixo.

Tapiès

Perguntas pertinentes

Mulheres bonitas num blogue retiram seriedade à coisa?

Devia aplicar uma quota de fotografias masculinas?

Para que serve um blogue?

Agora, algo completamente diferente

Depois dos pretensiosismos pseudo-sexuais, a realidade.

Arte Corpórea

O interior da pele, pelos dedos, os fiapos de roupa, pelo chão, o sabor salgado nos lábios e o ardor de álcool nos olhos e o peso bruto até ao interior do ventre. Os sons e suores secretos, o movimento subterrâneo da carne e o aperto periogoso. O suor da pele, o emaranhado dos cabelos, o sujo dos movimentos, o suplicado dos olhos, o molhado dos músculos, a o ardor do peito, a violência das nádegas, o sabor da mulher, o calor intenso, os sons sem razão, os lábios entreabertos e os olhos semifechados,

imagea ferida por sarar, o vermelho do sangue, o apetite pela cor, o calor do que não se diz, do que se sente no alento final, na pulsão final, na pressão final,

a morte doce e o sabor triste do que acaba e é efémero e é da carne e é de nós e não se diz e não se explica. E dormir, e dormir, ardidos. Até amanhã, quando tudo recomeça.

O armar ao pingarelho, exemplo prático

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Jorge Gabriel, na RTP1, há poucos minutos, dá um exemplo do armanço ao pingarelho português. Ironizou sobre o "corte do 7", esse estranho fenómeno totalmente incompreensível para muitas almas, em que nós, comuns mortais imersos na mais profunda ignorância da verdadeira e sagrada caligrafia, cortamos o 7.

Já muitas vezes ouvi o argumento: se nos teclados o sete não está cortado, porque o cortamos quando o manuscrevemos?

Ora, porque razão não haveríamos de o fazer, se todas as letras têm versões diferentes em versão tipográfica e manuscrita? A questão é apenas de garantir a diferenciação entre os vários símbolos e o corte do 7 garante a diferenciação em relação ao 1. Não se trata de qualquer regra, trata-se de bom senso e segurança contabilística, no mínimo.

Os armados ao pingarelho armam-se destas ultracorrecções fetichistas (outra delas é o "queria ou quer" dos cafés) para mostrarem que são superiores a todos os outros, que eles acham armados ao pingarelho e que no fundo fazem gestos de tão profunda ignorância e insensatez como cortar o 7 ou dizer "queria um copo de água". 

O Exacto problema do País

O exacto problema do país são os juízos apressados e os convencimentos saloios de que falava Pacheco Pereira há uns tempos.

Liberdade

Sabes que todos temos a boca cheia de liberdade. Ouves dizer muitas vezes que a liberdade é um valor essencial e todos se acusam de querer tirar a liberdade uns aos outros. Até os grandes crápulas e tiranos da história disseram muitas vezes que defendiam a liberdade. Podes perguntar-te por que raio de razão é a liberdade tão importante. Não poderíamos todos lutar pela felicidade? Ou pelas conquilhas, já agora? Mas repara bem: com liberdade, podes decidir a tua felicidade. Sem liberdade, há outros que sabem bem melhor como te fazer feliz. A liberdade não é só um aspecto formal da vida. É a capacidade de te refazeres todos os dias e de te prenderes ao que queres, de perderes a tua liberdade pelo que te interessa e pelo realmente queres. A liberdade é o crédito com que nasces e gastas ao longo da vida. Que valha a pena. Luta por ela. Está sempre em perigo, porque para muitos, que têm muita liberdade na boca, o que interessa é a perfeição, é não verem a liberdade suja e incómoda dos outros à sua porta. A limpeza, a beleza, a felicidade. Esses são os deuses dessoutros que não querem a tua liberdade. Defende-te.

Lê bem: Abrupto; Origem das Espécies; Geração de 60

A beleza até pode ser interior...

mas já tinha saudades.

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Sou Outra Coisa

Definitivamente, dizer-se que se é de direita ou de esquerda é simplesmente demasiado simplista.

Não sou de esquerda, embora defenda quase tudo o que a esquerda defenda que aumente o nosso grau de liberdade.

Não sou de direita, porque em muita direita não posso dizer coisas como "desejo intensamente estar com aquela determinada mulher a copular sem intuitos reprodutivos".

Sou libertário. Sou um liberal à antiga. Um liberal à americana, até, se quiserem. Sou anglo-saxónico, catalão, burguês, oitocentista, liberal-anti-absolutista-liberal, ou seja, quero poder dizer que me apetecia estar numa tenda no meio duma floresta a comer uma sueca e ser feliz assim.

Entre esquerda e direita sou assim: como Popper, acho que a sociedade deve diminuir o sofrimento (e aí até posso ser de esquerda) e não aumentar a felicidade: isso é com a liberdade de cada um.

P.S. Gostava ainda de dizer aos quatro ventos que pessoas que dizem que prejudicar a saúde não é um direito (como um leitor da Visão) não percebem nada de nada.

Lindo: Ángel González (1925-2008)

Iowa

Imagem no mapa

Daniel Oliveira, no Expresso de há oito dias, diz:

Não deixa de ser assustador saber que o homem mais poderoso do mundo, que decidirá muito das nossas vidas nos próximos anos, começa a ser escolhido como se fosse presidente de uma filarmónica.

Os sistemas perfeitinhos podem ser apanágio da esquerda (como todas as racionalidades sociais que se impõem alegremente aos outros), mas em Iowa os candidatos à presidência têm de ir aos cafés e aos bailes de aldeia falar com os eleitores.

Quantos sistemas matematicamente proporcionais se podem gabar do mesmo?

Inconstância

Este blogue foi e é inconstante.

Por vezes, custa inventarmo-me todos os dias.

Mas aqui estou.

A Revolução Boliveriana Continua!

Naomi_Campbell

Uma alegoria da morte e da beleza

109300~An-Allegory-of-Death-and-Beauty-Posters

Hans Baldung Grien

A Criação do Mundo

Nos blogues, nas blogosferas que por aí há, a criação é importante: criação de nós, do nosso nome, das nossas ideias. Como uma massa diferente do mundo do dia-a-dia, experimentamos, discutimos, vivemos em paralelo e de repente, como o mito, o mundo real deixa-se penetrar por esse outro mundo.

Mas neste mundo dos blogues, as coisas são sempre arrevesadas, vistas em diagonal, com outras vestes, outros sorrisos, outras certezas.

Por vezes, mais verdadeiras.

A Tentação

O que nos apetece sempre é ficar com as nossas certezas, nunca ouvir os outros, pensar que o que vivemos nos dá o direito de decidir quem está certo e errado definitivamente.

Afinal, o que os outros viveram só os engana e o que nós vivemos mostrou-nos o mundo como ele é.

Ou não?

Recomeço, sem certezas

Tive um ano sabático, poucos meses depois de começar o blogue. Lamento, mas a vida real é mais importante do que qualquer alter ego num blogue.

Vamos a ver se é desta que isto recomeça, sem certezas.

O catalão

O catalão é sempre inteligente e põe sempre a cabeça de lado, um pouco como Horatio Cane. O catalão é louco e rico e despreza profundamente muitas coisas, sem que seja possível enumerar sequer algumas delas. O catalão gosta de coisas que não confessa. O catalão sorri pouco, mas sorri bem. O catalão gosta secretamente de Portugal, se souber onde fica. O catalão gosta de ceifas e gosta de guerras (com Castela). O catalão gosta de livros, de vinho, de mulheres, sem espanto e sem raiva, com muita rauxa. O catalão até gostaria de touradas, se não fosse uma coisa tão espanhola.

Um post cinéfilo

"Transformers, um filme-pipoca cheio de efeitos especiais, entre eles, como notou a minha mulher, Megan Fox."


Os editores, esses seres sem gosto

É sempre tão fácil dizer coisas como:

Por todas as razões, Bloomsbury Recalled é, há cerca de dez anos, um dos meus livros de cabeceira. Numa altura em que tanto se traduz (e mais de metade é lixo), por que será que os nossos editores ignoram sistematicamente certo tipo de obras? [Da Literatura: OS BLOOMSBERRIES]

Os nossos editores têm este problema: ignoram sempre os livros de que gostamos.

As Sete Maravilhas

1. A Mulher
2. O País
3. A Gastronomia
4. A Cidade
5. O Sexo
6. A Literatura
7. A Pintura

As Sete Maravilhas do Mundo São Outras


As Sete Maravilhas do Mundo São Outras


As Sete Maravilhas do Mundo São Outras


As Sete Maravilhas do Mundo São Outras


As Sete Maravilhas do Mundo São Outras


As Sete Maravilhas do Mundo São Outras


As Sete Maravilhas do Mundo São Outras


Coisas boas que vi hoje

E DEUS CRIOU A MULHER: Take a break: vou ali repousar a vista e já venho

Coisas boas que li hoje

Da Literatura: GAMBRINUS

Barcelonas

Primeiro, é Pasqual Maragall, não "Pascoal Maragall". Depois, isto é uma série de banalidades.

Sou catalão, mas acima de tudo a liberdade

Com proposta destas, em breve estão todos a falar espanhol na Catalunha.

O ERC é cada vez mais o BE catalão (ou vice-versa).

A liberdade é bonita, mas não a dos outros, pelos vistos.

Um blogue que é um milagre

http://edeuscriouamulher.blogspot.com/

Mais descobertas

http://apaniguado.blogspot.com/
Principalmente indicado para quem gosta de reflectir sobre (algum) irracionalismo arrojiano.

Razões

Malgré ça, ainda me espanta que tanta gente não veja além do petróleo quando procuram motivação para certas guerras. Havia tantas formas mais fáceis, se a razão fosse o só o petróleo... Antes fosse!

Maravilhas da Blogoesfera

Dois blogues muito bons, que me irritam todos os dias, fazem-me pensar, quase nunca concordo com eles e, no entanto, são um prazer:

http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/
http://arrastao.weblog.com.pt/

Blogologia

O que é o Abrupto?

Comentar os outros II

Da Literatura: EUROPA, 1

Assim se prova que os políticos são como o povo: nem uns nem outros querem saber de política.

Comentar os outros

"Pessoalmente acho as autonomias uma pantomina: fazer flores com o dinheiro dos outros é fácil."

Claro que a verdadeira autonomia não é isto. A verdadeira autonomia é fazer flores com o nosso dinheiro. Em Espanha, por exemplo, Madrid faz flores com o dinheiro de algumas autonomias. Como são diferentes as coisas dos dois lados da raia.

Tem razão, sim senhor

"Dizer que autarquia de Lisboa é “recordista no número de funcionários per capita” sem recordar que a Câmara serve, cinco dias por semana, o triplo da população que habita a cidade é absolutamente primário."

Sejamos bons alunos europeus também nisto

Proponho desde já ao Plano Nacional de Leitura que faça publicar uma antologia de todas as passagens da literatura nacional que se aproximem perigosamente da pornografia. Não só aumentava a leitura (pelo menos da antologia) como eu, por mim, comprava.

A União Europeia

A União Europeia funciona como junção de Estados e povos e quanto mais for junção de povos e menos de Estados, melhor. Porque povos há muitos e Estados nem por isso.

Quero que cada povo possa sentir-se como tal, quero que uma pessoa possa sentir-se como parte de vários povos ou de nenhum, que se sinta orgulhosa duma Europa, dum Estado e duma Região que funcionam e são neutras cultural e nacionalisticamente, sem isso significar que ignoram as culturas e as "nações", inventadas ou não.

No limite, os Estados dividir-se-iam por razões de gestão, as regiões idem e haveria tantas selecções nacionais quantos "sentimentos nacionais". A nação ficaria desterritorializada e o Estado desnacionalizado.

Claro que esta é uma utopia perigosa e por isso defendo apenas que os Estados se preocupem mais com os valores ocidentais e menos com os valores nacionais e que todos defendam as várias nações e sintam como suas as várias nacionalidades europeias.

Ou seja, defendo que não utilizar o Astérix por demasiado francês é não ser europeu, porque tudo o que é francês é europeu, tal como tudo o que não o é.

Os meus desejos

  • Uma certa mulher;
  • A Catalunha independente ou uma Espanha diferente;
  • Um rei em Portugal;
  • Tempo para ler;
  • ...

Sem limites

Numa das melhores revistas do mundo, fala-se de religião, do novo livro do papa e sobre se é possível admirar-se alguém com quem não concordamos em coisas que achamos essenciais.

Claro que, para a maioria das pessoas, a curiosidade pára em tudo o que toca a religião. Limitam a sua própria liberdade, diminuem a qualidade da sua liberdade. Tanto pior.

Últimas 12 horas, sobre Lisboa

O grito


Ler os Outros em Rede

pedra do homem: Ler os Outros

Exacto.

Se fosse preciso escolher...

Devíamos acabar com o aquecimento global ou com a pobreza no mundo?

Viver em Lisboa

Da Literatura: LISBOA A VOTOS, 11

O grande problema de Lisboa é haver tanta gente que lá trabalha e não vive na cidade, aumentado o trânsito, o vazio nocturno, a falta de iniciativa, as horas perdidas, o envelhecimento da cidade, etc., etc.

Pelos vistos, vai haver mais uma pessoa nessas condições a partir de 15 de Julho.

Quanto ao recenseamento, a obrigatoriedade de se estar recenseado na freguesia onde se reside é uma legalidade muito curiosa, ou não é verdade que Sócrates vota na Covilhã?

Cidades

O que eu gosto de viver numa cidade. Gosto do trânsito, do cinema, dos passeios, da confusão, da calmaria do fim do dia, das conversas, dos cafés, das conversas, da liberdade, do anonimato, das luzes, de tudo.

Estarei perdido?

Qual a melhor forma de governo?

A monarquia constitucional.

Compare-se Portugal e Espanha.

Compare-se a França e o Reino Unido.

Pense-se na Suécia, na Noruega, no Luxemburgo.

O que é preciso é um rei que modere e um primeiro-ministro que governe.

A única liberdade que ficaria diminuida seria a liberdade do próprio rei, que, de qualquer forma, poderia abdicar, se quisesse.

Discussões

Este tipo de argumentação exaltada, embora sincera e bem-intencionada, é bem típica das discussões portuguesas: acusa-se o outro de ignorância ("será que o Andreu já leu qualquer coisinha acerca de economia"?), de falta de experiência do mundo ("coitado!, é jovem...não pensa!?"), etc.

É óbvio que todos achamos que um empresário que, em vez de reinvestir, desata a disparatar ("a comprar a mansão pra familia+pr'amante+pró gato e pró piriquito") não está a agir de forma muito correcta, digamos assim, está a estragar o seu próprio investimento. Se cometer alguma ilegalidade, todos concordamos que deve ser responsabilizado. Se a empresa for à falência, a culpa é dele. Mas será que o número de empresas que são assim são a maioria? Quanto aos trabalhadores, se não quiserem continuar numa empresa "matreira" destas, podem muito bem pegar em si e investir o seu trabalho noutro local, noutro projecto, noutra empresa. Dirá agora: "mas acha que é assim tão fácil?" Claro que não é! Mas devia ser? Fácil é ficar na mesma empresa, investindo tempo e trabalho num projecto falido à partida. Será que a solução é obrigar todas as empresas a seguirem regras que impeçam falências? Será que a solução é termos empresas artificiais, presas por arames, em que os direitos dos trabalhadores estão protegidos não por negociações livres, mas por legislação externa? Será que aos trabalhadores interessa este sistema? Não é melhor que a própria concorrência defina quais as empresas que devem sobreviver? Mais: os trabalhadores, com o seu trabalho, não se poderiam juntar para criar outra empresa mais justa? Outra coisa: investir, planear, trabalhar para arranjar os meios de produção também é parte da equação, ou será que o retorno do investimento (o tal lucro retirado a quem produz) é sempre injusto?

A nossa maior discordância não é de preocupação, mas sim teórica (teoria só é uma palavra feia em Portugal e por isso nunca conseguimos ver muito além do nosso nariz e, também por isso, somos pouco produtivos, menos quando geridos, no estrangeiro, por outros) e principalmente de perspectiva: a maioria das empresas portuguesas são pequenas e médias empresas, onde os "patrões" (o capital) trabalha tanto e a maioria das vezes mais do que os funcionários. Estas pequenas empresas criam emprego, criam riqueza, negoceiam de forma directa com os funcionários e estão afogadas em regras e regulamentações que as estrangulam, diminuindo a produtividade e a possibilidade de aumentar os ordenados. (Já agora: Será que um funcionário duma empresa em Espanha não ganhará mais também porque consegue ser mais produtivo (e não só por causa da lei da oferta e da procura, que se esqueceu de referir na referência ao El Corte Inglés)?)

O que é irónico é que, na realidade, até penso que o grande problema em Portugal é a má gestão e não o mau trabalho (ou antes, o problema é o mau trabalho dos gestores). Precisávamos realmente de melhores empresários e para isso precisamos de mais empresários: ou seja, precisamos de projectos, de capital, de trabalho empenhado, de concorrência, de melhores processos, de melhor legislação, de melhor aproveitamento do tempo e também de mais liberdade de escolha por parte dos trabalhadores e dos empregadores, mais fluidez, mais flexibilidade, mais riqueza (para todos). Há sítios e empresas onde o aumento da produtividade tem efeitos benéficos para todos: são as chamadas empresas que funcionam.

A Qualidade da Liberdade

Como já é um lugar comum, somos demasiado livres: posso perfeitamente pegar numa arma e ir para a rua disparar. Posso. É um facto. Será uma violência sobre a liberdade dos outros, mas até me pegarem nos braços e impedirem-me de continuar (ou me derem um tiro), é algo que qualquer um de nós consegue fazer.

Esta liberdade terrível inclui a liberdade de nos sujeitarmos a violências contra as quais podíamos muito bem lutar. Inclui a liberdade de não usar a liberdade. Inclui a liberdade de sermos irresponsáveis ou responsáveis.

Limitações à liberdade

Essa liberdade absoluta só é limitada por dois factores: a violência dos outros e as nossas próprias limitações. Se pensarmos bem, estas duas limitações, na realidade, são só uma: os limites das nossas capacidades (de nos defendermos, de sermos criativos com a liberdade, de concretizar os nossos desejos).

Ora, a função principal da sociedade enquanto tal é dar-nos a oportunidade de sermos ou não criativos com a nossa liberdade (ou seja, estar sossegada) e impedir a violência duns contra os outros (agarrar-me nos braços ou dar-me um tiro, no caso apresentado acima). Ou seja, maximizar a nossa liberdade, livre de violência.

A Qualidade da Liberdade

Agora, significa isto que aquilo que fazemos com a nossa liberdade é igual, seja o que for que façamos? Claro que não: a liberdade pode ser utilizada de forma melhor ou pior. Posso ter demasiados vícios, posso deixar-me influenciar por tudo o que me dizem, posso ficar fechado em casa, posso não querer saber nada, posso funcionar como uma peça numa máquina cega, posso acreditar em ideologias que limitam o mundo a um conjunto restrito de regras e explicações. Posso fazer isto tudo. Para mim, pessoalmente, isto significa um fraca qualidade da liberdade.

Ou seja, a liberdade é absoluta, mas pode ter mais ou menos qualidade, pode ser utilizada de formas distintas, com diferentes valores (nem tudo é igual). Podemos avaliar a liberdade dos outros, tentar influenciá-los a utilizá-la da forma que achamos mais indicada para eles (ou para nós). Somos livres de o fazer. Devemos fazê-lo, em certos casos. Podemos sempre não o fazer. (A ética, que existe e não é relativa, não limita em nada a nossa liberdade, a não ser que o queiramos - e eu, por mim, quero.)

No final, só cada um de nós pode avaliar de forma activa a qualidade da sua própria liberdade. Só cada indivíduo pode realmente julgar a forma como é livre e pode alterá-la. Só cada indivíduo sabe se quer ser (ou se sabe ser) responsável ou irresponsável, curioso ou castrado, influenciável ou bicho do mato.

Por mim, a liberdade deve ser sempre irreverente, curiosa, salgada, consciente do que existe e do que é bom, dos outros, das relações com os outros, das liberdades dos outros; deve ser uma liberdade aberta a tudo o que existe, a esse mundo que não pedimos mas que ainda assim nos
apareceu à frente. Em relação aos outros, sei o que penso do que fazem com a liberdade deles, mas não posso e não devo tentar violentar a liberdade deles, primeiro, porque são livres, segundo porque não há ninguém que me consiga provar sem sombra de dúvidas que a minha liberdade é melhor do que a deles (mas mesmo que fosse...).

Em relação às violências exercidas sobre a nossa liberdade, cada um decide o que fazer: sujeitar-se ou lutar, ignorar ou conhecer, ironizar ou servir de papagaio. No caso das liberdades que desejamos mas que estão para lá do nosso alcance, só nos resta escolher, livremente: lutar por mudar e alcançar ou conformarmo-nos. Por vezes, a melhor liberdade implica conformarmo-nos com alguns dos sonhos impossíveis, para podermos desfrutar da liberdade que temos e podemos utilizar. Mas tudo depende de cada um. Aí está o que é terrível, difícil, solitário na vida humana. Precisamente, humana.

Miró

Livro Branco

Para discutirmos, temos de conhecer o mais possível, ouvir o mais possível. Por isso, o exemplo da Autoeuropa, concorde-se ou não com as opiniões veiculadas, é importante. O meu problema é outro: é a mentalidade doutra geração (a minha) quando chega ao mercado de trabalho. Ver post anterior.

As coisas boas da vida

"ter uma família e poder sustentá-la dignamente e poder educar os filhos e poder namorar e poder gozar os prazeres da vida, etc."

[Uma pequena pergunta economicista (ui!): se uma pessoa não produz o suficiente para se poder sustentar dignamente, porque haverá de ter de ser o Estado ou a empresa onde trabalha a fazê-lo?]

O que é que eu vejo em muitas pessoas da minha geração (20-30 anos) é a noção que tudo isto, estas coisas boas que todos queremos, é um direito natural que alguém é obrigado a fornecer-lhes. Quando uma pessoa sai do trabalho dura da faculdade, ou tem já o emprego de sonho, com poucas horas de trabalho por dia, sem grandes chatices, com um bom ordenado, ou o mundo está perdido.

Quando se chega aos 30 anos e não se tem o emprego com que sempre se sonhou, então começa-se a acusar tudo e todos por não se ter o país que queremos. Ou então, para alguns sortudos, o emprego de sonho já deixou de ser de sonho, porque dá trabalho, porque há problemas. Trabalhar muito, aprender a ser produtivo, ser organizado, esforçar-se para construir alguma coisa, empreender, criar, gostar de "fazer coisas", ter imaginação: tudo isso é coisa "careta", não serve. Só as coisas boas a que temos direito é que contam.

Ninguém gosta do caminho para se chegar às coisas boas (é normal que não se goste da parte do trabalho duro, mas é preciso): mas daí a advogar que não é preciso esse caminho, que temos direito a ter o caminho almofadado, vai uma grande distância.

No fim, quando se lutou, tudo sabe melhor. Ou não?

Infelizmente, a resposta a este tipo de argumentos é: "mas já se trabalha demais, já não há tempo para nada". Trabalha-se muito, porque se trabalha mal. Esse é o problema. Se não se produzir para poder criar a riqueza a que corresponde o ordenado, o mesmo é irreal, é um subsídio que outros pagam para que possamos viver bem (até que o subsídio acaba, porque o outro está esfalfado a descansar). Por isso, temos de trabalhar mais até aprendermos a trabalhar melhor.

Claro que isto está muito longe da discussão do domingo: não me choca nada que o domingo seja de descanso obrigatório. Deve sê-lo. Mas se a maioria das pessoas, nesse descanso, querem ir às compras (porque não o podem fazer noutra altura) - e tal como há profissões com descansos alternados -, os hipermercados podiam adaptar-se a essa necessidade e melhorar a vida a todos: aos compradores, aos trabalhadores (que ganham mais para compensar o trabalho de fim-de-semana, como é justo), às empresas (que não são os inimigos dos trabalhadores, ao contrário do que se pensa).

Dirão alguns: "mas onde está a qualidade de vida dum domingo passado no centro comercial?". Concordo inteiramente. Não gosto de ir ao centro comercial ao domingo. Mas não sou eu que decido o que é a qualidade de vida dos outros.

Divulgar, querer saber, expandir

Já agora, que falámos de Jorge Buesco, apetece-me invectivar contra o snobismo anti-divulgação científica ou anti-divulgação seja do que for. Algumas almas, sempre conscientes do perigo da superficialidade ou antes presos ao vício da especialização, acham que mais do que divulgar, devemos investigar. Ora, investigadores há imensos e bons (ou menos bons) mas bons divulgadores, nem por isso. E qual é a importância da divulgação? Ora: qual é o interesse dum campo de investigação (ainda por cima se for teórico) se não poder ser divulgado para poder fecundar os outros campos, para poder despertar curiosidade nos outros, se não poder ser compreendido (a um nível básico que permita chegar a conclusões e separar o trigo do joio) pelo menos por quem queira compreender genuinamente e com algum esforço alguma coisa?

É por não haver mais penetração entre campos, mais bons divulgadores, mais interesse genuíno por o que fazem os outros, que cada um dos portugueses acha a sua actividade indispensável e as actividades dos outros sempre muito inúteis. Também por isso, a maioria de nós acaba por ser muito limitada nos interesses e nos conhecimentos para lá da sua área muito particular de trabalho e/ou investigação.

Comunicar implica saber divulgar o que para nós deve ser aprofundado e investigado mas para os outros deve ser apenas conhecido e compreendido. Senão, ficamos todos em circuito fechado, a saber muito sobre pouco e nada sobre tudo.

Geração de 60

Aqui, o sabor da curiosidade, do sumo das coisas, do gostar de passar noites a ler.

O que serve para apontar (o que neste caso não é feio) para um blogue estrondoso, onde, para ser óptimo, bastaria estar Jorge Buesco (que com o Mistério... me fez descobrir a ciência à la Popper) e Pedro Norton (quem vai tentando remar liberalmente contra a corrente), mas onde, felizmente, estão muitos mais.

Coisas parvas que as pessoas dizem

"O Parque das Nações tem demasiados prédios."

Típico da mentalidade "urbanística" portuguesa: todos andamos ainda convencidos que quanto mais espalhada estiver uma cidade, melhor (errado: quanto mais concentrada, menos trânsito é necessário, mais massa crítica para cultura, empresas, etc. existe, menos subúrbios são necessário), que quanto menos prédios em altura pior (errado: depois admiram-se da necessidade de fazer prédios em altura nos subúrbios, onde, realmente, se vive muito melhor...), que quanto menos gente na cidade e mais espaços vazios melhor (errado: conjugar tudo e criar uma rede verdadeira de habitação, emprego, cultura, etc. é que deve ser feito, como foi feito, neste caso).

A mentalidade "urbanística" portuguesa, quando lhe prometeram uma "cidade imaginada", imaginou: então tem de ser uma cidade com muito poucos prédios e muitos espaços verdes, uma espécie de planície arborizada com uns tantos montes aqui e ali. Deram-lhe uma cidade relativamente bem pensada, com muitos prédios (com habitação e empresas e serviços e comércio para evitar a suburbanização da coisa) e muitos espaços verdes (basta visitar com olhos de ver, não olhar de longe para os prédios). Há poucos (ou nenhuns) bairros de Lisboa com mais arborização (já passaram pela Alameda dos Oceanos na Zona Norte do Parque, junto à antiga "Vila Expo"?) e mais bem planeados. E nenhum tem um Parque Tejo, considerado o melhor parque da cidade.

Mas claro que é sempre mais giro, mais "lúcido", mais "inconveniente" dizer que a Expo se desvirtuou, que há prédios a mais, que foi tudo mal pensado, etc., etc. O que se faz bem nunca é bem visto porque não fica bem.

Coisas parvas que as pessoas dizem

"Em Espanha come-se mal."

Diz-se isto, claro, porque se avalia apenas a comida para turistas, a comida da esquina ou até porque não se consegue vislumbrar mais nada do que a comida da mãe (o que em si é bom, mas é um critério gastronómico muito limitador).

Assim, alegremente, os portugueses vão dizendo esta alarvidade, como se isso fosse patriota.

Vale a pena

Sobre o catalão

O catalão lá vai somando pontos no caminho para ser uma língua como as outras.

Neste momento, das línguas minoritárias, é que a mais expansão tem.

Só é pena precisar tanto do "Estado" (=Generalitat) para isto.

Quero acreditar que...

Comentador do Insurgente: "Quero acreditar que a ignorância que sobressai da opinião expressa em público não se reflecte nas atitudes na vida privada." [Ou seja, parafraseando, "quero acreditar que aqueles que defendem o direito ao sexo anal não o praticam..."]

Mas quer acreditar porquê? Qual é a influência que a vida privada dos outros, dentro de lençóis ainda por cima, tem na sua própria vida. Acho muito bem que pratique ou não pratique ou tenha nojo do que quiser. Mas querer separar o mundo entre "os que fazem" (ignorantes imundos que não sabem que se estão a matar) e "os que não fazem" (esclarecidos) é muito limitador...

É óbvio que todos sabemos os perigos (e se não sabemos, devíamos saber). Mas também todos sabemos os perigos de, sei lá, nadar no mar (ou devíamos saber). Será que quem nada no mar é perverso? (Claro que, pessoalmente, pode achar perverso o que quiser. Eu, por exemplo, acho perverso querer limitar a vida com medo de se sujar.)

Para quem não sabe os perigos do sexo anal, aqui está: http://en.wikipedia.org/wiki/Anal_sex

Para quem não sabe os perigos de nadar no mar, aqui está: http://www.health24.com/Man/General/748-771,30470.asp

Coisas parvas que as pessoas dizem

A ler: As Minhas Leituras: Irracionalismo e proibicionismo

Aqui está um bom post sobre "coisas parvas que as pessoas dizem". A história de os fumadores passivos serem mais prejudicados do que os activos está na mesma onda do "o universo é infinito" ou "só utilizamos 10% do cérebro". Estupidezes que tantas vezes repetidas passam por verdades.

Enfim, mas o que esperar quando a maioria das pessoas (incluindo "cientistas") pensa que a ciência serve para provar coisas, como se Popper nunca tivesse existido?

O regresso

Portanto, por estes dias, andamos obcecados pelo mesmo, a discutir flexibilidade, a falar de sexo anal... Enfim, o costume.
Gisele Bündchen & Deus, Sem título, 2007

Já agora, o livro branco

Até sou liberal, até discuto sobre o assunto, mas há uma coisa que é um pouco estranha: deixa de haver qualquer limite ao número de horas diárias? E meia-hora para almoçar?

Estou só a perguntar. A sério.

Liberdade de errar

Todos podem fazer o que quiserem.

Mas por favor, saibam o seguinte: entre frases, usa-se espaço.

Obrigado.

Tradições

Quando se vai visitar um amigo estrangeiro, vamos visitar os sítios típicos do costume. Mas o que eu gosto mesmo é de viver uns dias em cada cidade: descobrir os sítios nada típicos onde os locais realmente vão quando os amigos se vão embora.

O que eu gosto de discutir estas coisas

Em Amok-She, discussão comigo ao barulho.