O armar ao pingarelho, exemplo prático

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Jorge Gabriel, na RTP1, há poucos minutos, dá um exemplo do armanço ao pingarelho português. Ironizou sobre o "corte do 7", esse estranho fenómeno totalmente incompreensível para muitas almas, em que nós, comuns mortais imersos na mais profunda ignorância da verdadeira e sagrada caligrafia, cortamos o 7.

Já muitas vezes ouvi o argumento: se nos teclados o sete não está cortado, porque o cortamos quando o manuscrevemos?

Ora, porque razão não haveríamos de o fazer, se todas as letras têm versões diferentes em versão tipográfica e manuscrita? A questão é apenas de garantir a diferenciação entre os vários símbolos e o corte do 7 garante a diferenciação em relação ao 1. Não se trata de qualquer regra, trata-se de bom senso e segurança contabilística, no mínimo.

Os armados ao pingarelho armam-se destas ultracorrecções fetichistas (outra delas é o "queria ou quer" dos cafés) para mostrarem que são superiores a todos os outros, que eles acham armados ao pingarelho e que no fundo fazem gestos de tão profunda ignorância e insensatez como cortar o 7 ou dizer "queria um copo de água". 

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