Liberal ou conservador

Na crítica simpática ao Livre e Catalão (que aproveito para agradecer), C. Teixeira pergunta se serei liberal ou conservador. Pois, clar i català: sou liberal, no sentido mais amplo e menos ambíguo do termo, ou seja, só sou conservador no que toca a conservar todas as liberdades já ganhas (e só conservador contra certo "progressismo" que é o velho totalitarismo, nem sequer disfarçado). Ora, isto distingue-se muito de certo tipo de conservadorismo em que as liberdades individuais se submetem sempre ao julgamento de determinada moral. Pode não parecer, mas ser liberal é extremamente complicado: implica, por exemplo, aceitar a existência de realidades com as quais não concordamos, nem sequer "toleramos" (no sentido politicamente correcto do termo), mas com as quais temos de viver, porque os outros têm a sua liberdade.

Para um conservadorismo com o qual me identifico, veja-se aqui.

Quanto às três monarquias, são elas: a Portuguesa, a Espanhola e a Catalã (ou seja, Aragonesa). Por ironias do destino, as duas últimas teriam o mesmo rei (Juan Carlos / Joan Carles), mas isso não obsta nada, bem pelo contrário, à total e completa independência da Catalunha.

1 comentário:

Anónimo disse...

Essa de liberal-conservador, monárquico-marxista...
A bem ver, acabou a grande época das dicotomias. Somente sobreviverão os que se moverem agilmente no limbo [e não, não estou a falar da "3ª via!].
Compreendo. E aceito. E devo ainda [isto já começa a parecer mal] dar-lhe os parabéns por demonstrar uma inteligência rara entre os monárquicos da nossa praça...
[embora continue a arrepiar-me ao pensar que o D. Duarte pudesse vir a ser o chefe de Estado português...]
Mas, que fazer?... Sou republicano.
Agora... o MEC. Bom, o MEC já foi um bom exemplo do que poderia ter sido uma direita progressista em Portugal. Eu, que sou de esquerda, "devorava" os seus artigos no Independente e na "K". Os dele e [Deus me perdoe, que sou ateu!] e os do Paulo Portas.
Mas são ventos passados e, se a uns o tempo lhes faz esquecer o poder que tiveram, o da pena e do papelo bem redigido, a outros veio o poder que corrompe.
Que descansem em paz.

Meu caro, parabéns pela ida para a geração rasca!
Grande blog, ainda melhorado.

Abraço,
CT